segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sanções não impedem a continuidade do desenvolvimento nuclear do Irã

O Irã tem dado sequência ao seu desenvolvimento nuclear apesar de uma resolução da ONU que exige o congelamento do programa. Isto levou os Estados Unidos e a União Europeia a impor sanções econômicas contra as importações de petróleo iraniano. O Irã e os 5 países membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além da Alemanha, tentam dar continuidade ao diálogo para resolver a questão. A próxima reunião está marcada para o dia 24 de julho em Istanbul.

No Comentário de hoje, falamos com o comentarista da NHK, Nobuhisa Degawa, que entrevistou o chanceler iraniano Ali Akbar Salehi e o vice-chanceler Seyed Abbas Araghchi, a respeito das sanções mais rigorosas contra o país.

O comentarista diz que as mais recentes sanções dificultaram ainda mais as exportações de petróleo do Irã, que podem ser descritas como vitais para o país. Isto produziu um corte drástico nas receitas do Irã. Foram também reportados uma disparada nos preços e falta de artigos no país.

Araghchi participou de todas as reuniões realizadas com as nações ocidentais. Na entrevista, ele disse que o uso pacífico da energia nuclear é uma questão de orgulho nacional para os iranianos. O vice-chanceler deixou claro que o Irã não vai abandonar o enriquecimento de urânio, não importando o grau de rigorosidade das sanções. Isto mostra que sanções não vão mudar a atitude do Irã.

Quanto às futuras conversações com o Ocidente, tanto o chanceler Salehi como o vice Araghchi disseram em entrevistas que seu país está disposto a fazer concessões no tocante a sua atividade nuclear, uma vez que as nações ocidentais reconheçam publicamente o direito do Irã de enriquecer urânio para fins pacíficos.

O Irã está disposto a suspender o enriquecimento a 20%, que é o principal ponto de atrito, se o Ocidente suspender as sanções. No entanto, as nações ocidentais provavelmente não irão acatar as demandas do Irã. Isto porque elas suspeitam que o Irã esteja secretamente aplicando a tecnologia nuclear ao uso militar.

Quanto à possibilidade de Israel conduzir um ataque contra as instalações nucleares do Irã, ambos disseram que não acreditam que Israel conduza um ataque militar, e que Israel está ciente da impossibilidade de tal opção. Contudo, este ponto de vista iraniano é demasiadamente otimista. Autoridades israelenses consideram o programa nuclear iraniano uma ameaça grave e real contra Israel.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak afirmou que se sanções mais rigorosas não fizerem o Irã abandonar seu programa de enriquecimento de urânio, Israel recorreria a todas as opções disponíveis para fazer com que isto aconteça. Há pouco tempo para se resolver a questão por meio do diálogo.

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