terça-feira, 9 de outubro de 2012

Exibição de artefatos de antigas dinastias da China começa em Tóquio

Uma exposição de arte de antigas dinastias chinesas vai começar em Tóquio, em comemoração aos 40 anos dos laços diplomáticos entre o Japão e a China.

O Museu Nacional de Tóquio realizou uma exibição prévia para a imprensa na terça-feira.

A exibição conta com 250 artefatos culturais de um período de aproximadamente 3.000 anos, entre a dinastia Xia, estabelecida 2.000 a.C, e o século XI, quando a dinastia Sung tinha o poder na China.

Vendas de veículos japoneses na China despencam

Uma fabricante de carros japonesa afirmou que suas vendas na China despencaram, o que é mais um sinal dos impactos econômicos da disputa territorial entre os dois países.

A Toyota Motor informou que suas vendas em setembro caíram para praticamente metade na comparação com o mesmo mês do ano passado, chegando a 44.000 unidades. As vendas da Honda Motor, por sua vez, tiveram queda de 40%, totalizando menos de 34.000 unidades.

Japão e Coreia do Sul decidem não estender acordo de swap cambial

O governo do Japão decidiu não estender seu acordo de expansão de swap cambial com a Coreia do Sul, que está para expirar no fim do mês.

O Ministério das Finanças anunciou a decisão em Tóquio na terça-feira, afirmando que havia chegado a um acordo com a Coreia do Sul para não estender a medida.

Em outubro do ano passado, os dois países aumentaram a quantidade de moedas abrangidas pelo programa de 13 para 70 bilhões de dólares para um ano. Isso havia sido feito a pedido da Coreia do Sul.

O acordo foi desenhado para ajudar a proteger a moeda sul-coreana, o won, da excessiva volatilidade dos mercados financeiros abalados pela crise da dívida soberana na Europa.

O Banco Central da Coreia do Sul diz que a decisão de não dar continuidade ao acordo foi mútua. Também foi enfatizado que as cotações dos títulos sul-coreanos subiram e seu mercado financeiro está relativamente estável.

Coreia do Norte reage negativamente a acordo de mísseis entre EUA e Coreia do Sul

Pyongyang reagiu veementemente ao anúncio de que a Coreia do Sul e os Estados Unidos haviam fechado um acordo para o posicionamento em território sul-coreano de mísseis de longo alcance capazes de atingir toda a Coreia do Norte.

Na terça-feira, a Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte emitiu uma declaração na qual afirma que suas forças estratégicas de foguetes poderiam atingir não somente bases na Coreia do Sul, mas também o Japão, Guam e a porção continental dos Estados Unidos.

O documento afirma que a Coreia do Norte está pronta para reagir aos ataques com mísseis ou armas nucleares de igual para igual, acrescentando que tudo depende somente de sua vontade de partir para a ação.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul anunciaram, no domingo, que a distância para o posicionamento de mísseis balísticos no território sul-coreano como uma forma de dissuasão contra a Coreia do Norte será estendida para 800 quilômetros, ou seja, mais que o dobro do limite atual. Essa distância cobriria todo o território norte-coreano.

Premiê do Japão busca apoio da população de Okinawa ao posicionamento de aeronaves militares

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, clamou a Okinawa que aceite a transferência da aeronave de transporte militar norte-americana Osprey para a província. Noda se encontrou com o governador de Okinawa, Hirokazu Nakaima, na terça-feira em Tóquio.

As forças armadas norte-americanas finalizaram no sábado o posicionamento de 12 Ospreys na base aérea do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos em Futenma, província de Okinawa, a despeito das preocupações da população local com a segurança das aeronaves.

Nakaima disse que as comunidades locais viram a aeronave de rotor inclinável sobrevoando vários pontos da província e sua fúria está crescendo.

Noda prometeu que seu governo vai monitorar de perto a atividade para assegurar que as regras de segurança aérea estarão sendo observadas severamente.

Apoio ao Gabinete do primeiro-ministro do Japão cai para 26%

Uma pesquisa da NHK demonstrou que a taxa de apoio ao Gabinete do primeiro-ministro Yoshihiko Noda é de 26%, a mais baixa desde que o Gabinete tomou posse em setembro de 2011. A taxa de reprovação encontra-se em seu patamar mais elevado, 58%.

A pesquisa da NHK é a primeira realizada depois que Noda reestruturou seu Gabinete na semana passada. Ela foi realizada por telefone durante o fim de semana, e envolveu mais de 1.000 pessoas de 20 anos ou mais selecionadas aleatoriamente.

Quando perguntados sobre o que mais esperavam do Gabinete, 27% mencionaram medidas de recuperação econômica. Outras respostas incluíam: reconstrução a partir do desastre do ano passado, reformas no sistema de seguridade social, política externa e segurança nacional e políticas energéticas, incluindo o futuro da geração nuclear.

Cientista britânico reconhece mérito de colega japonês laureado com Prêmio Nobel

O cientista britânico John Gurdon disse que estava cético quando ouviu, pela primeira vez, que havia recebido o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina. Ele disse que recebeu uma ligação feita por um membro do comitê do Prêmio Nobel às 8h 30 da manhã, mas acreditou que fosse um trote.

Gurdon reconheceu o coganhador do prêmio, Shinya Yamanaka, como responsável por dar novo fôlego à sua pesquisa de 40 anos.

O cientista britânico falou à imprensa em Londres na segunda-feira. Disse que a descoberta de Yamanaka foi um grande avanço e que, além disso, o cientista japonês demonstrou que é possível conseguir células adultas a partir da simples injeção de genes em células embrionárias.

Gurdon disse que planeja enviar a Yamanaka uma mensagem de felicitação.

As conquistas obtidas por Yamanaka e Gurdon até agora

Em 1962, o cientista britânico John Gurdon provou com sucesso que o óvulo de um sapo continuava a amadurecer mesmo que seu núcleo tenha sido removido e substituído pelo núcleo de uma célula de girino.

O experimento provou que os núcleos de uma célula adulta poderiam ser reprogramados para formar células embrionárias jovens por meio de sua implantação em um óvulo.

Quarenta e quatro anos depois, o pesquisador japonês Shinya Yamanaka foi bem-sucedido em transformar células da pele em células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) durante uma experiência com camundongos.

Yamanaka demonstrou pela primeira vez no mundo todo que a reprogramação de células se torna possível através da inserção de quatro tipos específicos de genes em células hospedeiras.

As células transformadas podem ser potencialmente desenvolvidas em qualquer tecido ou órgão do corpo.

Um ano mais tarde, Yamanaka teve sucesso ao criar células iPS durante uma experiência com células humanas.

Entrevista com o professor Shinya Yamanaka, laureado com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2012

O professor Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, foi laureado com o Prêmio Nobel deste ano voltado para a área de Fisiologia ou Medicina, por criar células tronco pluripotentes induzidas, chamadas de células iPS. Yamanaka conseguiu pela primeira vez no mundo criar células iPS completamente novas, ao adicionar 4 genes específicos a uma célula de pele humana. As células iPS podem se desenvolver em outros tipos de células, tais como as dos músculos cardíacos ou nervos. No Comentário de hoje, a NHK entrevista o professor Yamanaka.

Perguntamos como ele se sente sendo laureado com o Prêmio Nobel.

O professor diz que sente duas coisas: gratidão e responsabilidade. Primeiro, ele diz que é grato pelo apoio que recebeu de seus colegas que foram companheiros em suas pesquisas, e também se sente agradecido ao Ministério da Educação e Tecnologia, além de outros órgãos do governo japonês. Ele também se sente grato à Universidade de Kyoto e diversos outros órgãos de pesquisa nos quais trabalhou. Ele não consegue agradecer o bastante a tantas pessoas, bem como seus familiares e amigos.

Em segundo lugar, a tecnologia ainda não tem aplicação prática na medicina, e ele acha que depois de ser escolhido para receber o Prêmio Nobel, terá a responsabilidade de desenvolver a tecnologia para que ela possa ajudar pacientes que sofrem de doenças incuráveis, bem como os familiares destes pacientes. Ele diz sentir uma grande responsabilidade e um forte senso de dever para que este objetivo seja atingido.

Em seguida, perguntamos ao professor como ele vê o futuro dos testes clínicos das células iPS, uma vez que pesquisadores do mundo inteiro estão engajados em estudos visando à aplicação prática na medicina.

O professor diz que as perspectivas variam conforme a doença. Estudos clínicos para uma doença ocular chamada degeneração macular da retina deverão ter início no próximo ano. Provavelmente será o início da primeira pesquisa clínica usando as células iPS. Pesquisas clínicas para outras doenças, como lesões do cordão espinhal, Mal de Parkinson e doenças cardíacas, deverão ter início dentro de alguns anos. Espera-se que sejam necessários 10 ou 20 anos antes que a tecnologia seja aplicada em plena escala nos tratamentos.

Os progressos dos pesquisadores estão avançando muito mais rapidamente do que o antecipado. O professor diz que quando conseguiu criar as células iPS pela primeira vez 6 anos atrás, ele não esperava que o processo passasse tão rapidamente para a fase de estudos clínicos. Isto é resultado do apoio obtido do governo e de muitas pessoas no Japão, incluindo todos os que trabalham com afinco em pesquisas relacionadas. Além disso, outros pesquisadores em número muito maior do que o esperado se envolveram na área em todo o mundo.

Como as pesquisas prosseguem em alta velocidade, os trabalhos relacionados a questões éticas e sistemas sociais relevantes precisam ser conduzidos na mesma velocidade.

Caso contrário, mesmo que os pesquisadores consigam progredir, os pacientes não serão beneficiados com a nova tecnologia. O professor diz acreditar ser necessário um equilíbrio na condução dos preparativos e dos trabalhos necessários.

FMI pede que o Japão eleve os impostos para sair da crise

Economistas do Fundo Monetário Internacional, o FMI, que estão se reunindo em Tóquio miraram a saúde fiscal do Japão. Eles afirmam que o planejado aumento do imposto sobre o consumo não tirará a terceira maior economia do mundo de problemas.

O FMI diz que, em seu "monitor fiscal", o débito do Japão expandirá para aproximadamente duas vezes e meia o PIB do país em 2013.

Os legisladores japoneses aprovaram um projeto de lei para aumentar a alíquota do imposto sobre o consumo para 10% até 2015. No entanto, o FMI alerta para o fato de que isso não é suficiente.

Os economistas do FMI estão pedindo aos líderes que conduzam aumentos de impostos adicionais e em larga escala, além de cortar os gastos. Eles ainda dizem que o Japão precisa gerar pelo menos 250 bilhões de dólares em receitas adicionais nos próximos 10 anos. Isso representaria um aumento de mais de 5% do PIB.

Conferência sobre preparação contra desastres tem início em Sendai

Uma conferência internacional sobre preparação contra desastres e desenvolvimento teve início na terça-feira em Sendai, na região nordeste do Japão, que foi atingida por um terremoto e tsunami em março de 2011.

A conferência acontece concomitantemente aos encontros anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, entre terça-feira e domingo, que ocorrem pela primeira vez em 48 anos em Tóquio.

O encontro em Sendai, organizado pelo governo japonês e pelo Banco Mundial, tem como objetivo mostrar ao mundo a recuperação da região atingida pelo desastre de 2011. Autoridades governamentais de muitos países participam.

Durante a cerimônia de abertura, na terça-feira, o ministro da Reconstrução, Tatsuo Hirano, disse que o Japão se recuperou todas as vezes em que ocorreram desastres, aprendendo muitas lições. Disse, ainda, que o Japão espera, por meio de sua própria recuperação a partir do mais recente desastre, dar uma retribuição à ajuda que foi dada por muitos países.

Em discuro, o diretor executivo do Banco Mundial, Mahmoud Mohieldin, mencionou a necessidade de medidas de prevenção a desastres em países em desenvolvimento. Disse, também, que preparações contra desastres não podem ser ignoradas no fornecimento de ajuda aos países em desenvolvimento.