segunda-feira, 23 de julho de 2012

Iene tem valor mais alto em relação ao euro em mais de uma década

No mercado de câmbio de Tóquio, o iene apresentou segunda-feira alta frente ao euro e a cotação atingiu o seu nível mais elevado em 11 anos e oito meses.

Preocupações renovadas com a crise da dívida pública na zona do euro estimularam a venda de euro e a compra de ienes. A moeda europeia foi negociada em determinado momento a 94,23 ienes.

As preocupações aumentaram quando os rendimentos sobre títulos do governo espanhol de dez anos atingiram o seu nível mais alto desde a introdução do euro.

O iene também se fortaleceu em relação ao dólar. Em determinado instante, a moeda americana foi negociada a 77,94 ienes - o seu valor mais baixo em cerca de um mês e meio.

No mercado de câmbio de Tóquio, o euro teve, portanto, baixa frente ao iene.

Às 17 horas na capital japonesa, a moeda europeia estava sendo negociada entre 94,30 ienes e 94,34 ienes, com recuo de 2,11 iene em relação à cotação da tarde de sexta-feira.

E o dólar teve baixa frente ao iene.

Às 17 horas, a moeda americana estava sendo negociada entre 78 ienes e 78,02 ienes, com recuo de 0,59 iene também em relação à cotação da tarde de sexta-feira.

Considerações sobre a chegada das aeronaves Osprey à base japonesa de Iwakuni

No Comentário de hoje, conversamos com o jornalista da NHK Toshio Shimada a respeito das aeronaves Osprey, que chegaram à base aérea dos Estados Unidos em Iwakuni.

Perguntamos a ele por que essas aeronaves de hélices basculantes foram levadas a Iwakuni antes de serem posicionadas em Okinawa, no sul do Japão.

Ele diz que o primeiro objetivo é realizar voos de teste com as aeronaves Osprey antes de seu posicionamento na base aérea de Futenma do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA em Okinawa. Durante um período de 2 anos, o Corpo de Fuzileiros Navais busca substituir, pelas aeronaves Osprey, os helicópteros de transporte CH-46, hoje em uso, mas que estão relativamente ultrapassados. Planeja-se que os voos de teste com as aeronaves que chegaram a Iwakuni sejam realizados em áreas amplas, como sobre o Mar interior de Seto, localizado em frente à base de Iwakuni. Espera-se que as aeronaves sejam deslocadas para a base aérea de Futenma em outubro, depois de realizados os testes.

Sabe-se que tais aeronaves têm se envolvido em acidentes. Perguntamos ao comentarista quais seriam os passos que o governo japonês estaria tomando para garantir a segurança desse tipo de avião.

E ele diz que, à luz do acordo de segurança entre os EUA e o Japão, o governo japonês não possui alternativa a não ser aceitar o plano americano de empregar as aeronaves de transporte do tipo Osprey. No entanto, espera-se que o Japão exija dos EUA a garantia de segurança das aeronaves. O ministro japonês da Defesa, Satoshi Morimoto, estaria tomando medidas nesse sentido. Depois que os EUA anunciarem, possivelmente entre julho e agosto, os resultados de investigações sobre dois acidentes ocorridos neste ano envolvendo a aeronave, o Japão planeja enviar uma equipe de especialistas aos EUA para receber informações detalhadas sobre os relatórios. De acordo com o plano, a equipe também deve inspecionar a linha de produção da fabricante americana das aeronaves Osprey, com o intuito de avaliar como elas estão sendo produzidas.

No entanto, no Japão, a oposição a voos de teste em Iwakuni é crescente. Considerando isso, o governo japonês anunciou que as aeronaves Osprey não serão testadas em Iwakuni até que a sua segurança tenha sido garantida. No entanto, ainda restam incertezas sobre qual seria a reação do governo caso os resultados das investigações que devem ser divulgados em breve coloquem em dúvida a segurança das aeronaves Osprey.

O comentarista conclui afirmando desejar que o governo lide com o tema com a máxima consideração, já que isso é um assunto que pode ter um impacto significativo sobre as relações entre o Japão e os EUA.

Este foi o Comentário.

Problemas de segurança da aeronave Osprey

O avião Osprey vem sofrendo acidentes desde longa data. Entre 1991 e 2000, quando o mesmo ainda estava em desenvolvimento, 30 pessoas morreram em 3 acidentes separados envolvendo queda do avião.

Depois que ele foi deslocado para serviço em 2007, este avião de hélices basculantes continuou a registrar acidentes. Quatro pessoas foram mortas quando uma destas aeronaves caiu no Afeganistão em 2010, enquanto 2 morreram numa queda no Marrocos, no mês de abril deste ano. No mês passado, uma aeronave do tipo virou de cima para baixo na pista numa base aérea da Flórida, Estado norte-americano, ferindo os tripulantes.

O Ministério da Defesa do Japão afirma que o número de acidentes envolvendo o Osprey foi de aproximadamente duas vezes mais que os helicópteros militares convencionais, no período que vai de outubro de 2003 até abril de 2012.

Nos últimos dez anos, o índice de acidentes do Osprey foi de 1,93 para cada 100 mil horas de voo, sendo assim superior ao do helicóptero CH46, cujo índice de acidentes é de 1,11.

Os militares americanos afirmam que a aeronave Osprey ora em operação não tem falhas fundamentais de desenho.

Corpo de Fuzileiros Navais descarrega aeronaves Osprey em Iwakuni

O Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos terminou de descarregar uma frota de aeronaves Osprey numa base no oeste do Japão, em meio a preocupações sobre a segurança da aeronave.

Um navio de cargas com 12 aeronaves do tipo Osprey MV-22 chegou à base aérea de Iwakuni, na província de Yamaguchi, na manhã de segunda-feira.

As aeronaves foram transportadas por pequenos veículos para um espaço próximo a um hangar. Todo o processo de descarregamento levou aproximadamente 9 horas.

O Corpo dos Fuzileiros Navais planeja realizar trabalhos de manutenção e voos de teste com as aeronaves antes de posicioná-las na base aérea de Futenma, na província de Okinawa. Operações completas devem começar em outubro.

No entanto, são grandes as preocupações acerca da segurança das aeronaves Osprey no Japão, especialmente entre os residentes de Iwakuni e de Okinawa, depois da ocorrência de uma série de acidentes envolvendo esse tipo de aeronave.

Desalojados querem que investigações sobre o acidente nuclear continuem

Uma pessoa que foi desalojada pelo acidente nuclear na província de Fukushima fez um apelo ao governo para que continue a investigar o acidente com vistas a garantir que ele não volte a ocorrer.

Uma desalojada de Futaba, município situado na zona proibida, diz que não consegue compreender o motivo de terem sido encerradas as investigações. Ela afirma que o acidente ocorreu em uma usina nuclear que fora considerada por muito tempo segura. Prevê que um acidente similar acontecerá novamente caso não haja uma ação decisiva para impedir sua repetição.

Outro desalojado da mesma localidade considera questionável a informação de que as investigações tenham realmente esclarecido as causas do acidente. Ele diz que é cedo demais para encerrar as investigações, visto que ainda é instável a condição dos reatores.

Uma mulher que teve sua neta desalojada de outro município da zona proibida afirma que as investigações deveriam ter continuidade até um ponto que seja considerado aceitável pelo público.

Painel acusa governo local por mortes em hospital depois do acidente nuclear

Um painel governamental que investiga o acidente nuclear defendeu uma melhor gestão de respostas a desastres, depois que 50 idosos, em sua maioria sem possibilidade de locomoção, faleceram depois de terem sido deixados para trás perto da usina Fukushima 1.

Um relatório final divulgado pelo painel na segunda-feira informa que aproximadamente 230 pessoas estavam retidas no Hospital Futaba e numa enfermaria próxima, na cidade de Okuma, um dia depois da ocorrência do acidente nuclear, ou seja, em 12 de março do ano passado.

As instalações estão localizadas a aproximadamente 4 quilômetros da usina, ou seja, ainda dentro da zona de evacuação de 10 quilômetros.

O governo provincial de Fukushima tinha uma equipe encarregada de auxiliar os habitantes desalojados e uma outra, de auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade.

No entanto, acredita-se que nenhuma das equipes considerou-se responsável pelos pacientes internados e que a província apenas teve conhecimento da situação no hospital no dia seguinte.

Painel pede investigação mais exaustiva do acidente nuclear de Fukushima

O relatório final sobre o acidente na usina nuclear Fukushima 1, que foi preparado por uma comissão de especialistas, pede ao governo japonês que continue a investigar as causas do desastre. Além disso, defende a realização de novos estudos sobre toda a dimensão dos danos deixados pelo acidente.

Integrantes do painel tiveram obstruída a sua atuação no período de um ano das investigações em razão dos elevados níveis de radiação no complexo nuclear. A radiação impediu que os integrantes do painel ingressassem nos quatro reatores.

O relatório diz que os membros da comissão foram incapazes de constatar os motivos pelos quais o reator 2 liberou o maior volume de radiação. Eles não puderam determinar a razão de uma explosão de hidrogênio ter ocorrido no reator 1.

O painel pede com veemência que o governo japonês e a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio continuem a realizar investigações na própria usina depois que houver uma redução dos níveis de radiação.

População de Shizuoka pede plebiscito sobre reinício da operação de reatores

Mais de 178 mil pessoas firmaram abaixo-assinado que pede a realização de um plebiscito sobre o reinício das operações de reatores nucleares na província de Shizuoka, no Japão Central.

A Companhia de Energia Elétrica de Chubu não tem sido capaz de reiniciar a operação de qualquer um dos três reatores da usina de Hamaoka, sob sua administração, por causa do risco de que o complexo nuclear sofra danos em caso de um megatsunami.

A iniciativa do abaixo-assinado foi tomada em maio por uma associação comunitária.

A entidade entregou segunda-feira o documento com as assinaturas a comissões eleitorais de vários municípios da região da usina.

A Assembleia Provincial obriga-se a discutir a proposta de plebiscito sempre que um abaixo-assinado para este fim seja firmado por um cinquentésimo dos eleitores - o que corresponde a 62 mil assinaturas.

O presidente da associação comunitária, Nozomu Suzuki, considera o grande número de assinaturas obtidas uma demonstração do forte sentimento em relação ao tema entre a população local.

Premiê japonês promete que não haverá repetição de desastres do tipo ocorrido em Fukushima

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, declarou esperar que o novo organismo regulador da área nuclear, criado pelo governo, venha a desempenhar um papel central na prevenção de repetições de desastres similares ao ocorrido na Usina nuclear Fukushima 1.

Noda recebeu um relatório final sobre o desastre de Fukushima emitido por um painel governamental, na segunda-feira.

Ele ressaltou que aceitaria com extrema seriedade as constatações mencionadas no documento, e não deixaria de considerar todos os detalhes em sua resposta.

Painel formado pelo governo japonês apresenta relatório sobre Fukushima

Uma comissão de especialistas formada pelo governo japonês para investigar o acidente na usina Fukushima 1 concluiu que a empresa administradora do complexo nuclear carece de senso de crise e de imaginação sobre o risco de maremotos. Afirma que a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco) deveria perceber que o Japão é um país propenso a calamidades e mudar a sua atitude em relação à preparação para desastres.

O painel entregou segunda-feira o seu relatório final. O documento critica o modo como a empresa lidou com o acidente na usina Fukushima 1. Estabelece uma comparação com outra usina próxima - a Fukushima 2 -, em que foi possível evitar um acidente nuclear, embora seus reatores também tenham sido atingidos pelo tsunami.

Segundo o relatório, trabalhadores da usina Fukushima 2 monitoraram continuamente a pressão e a temperatura dos vasos de contenção dos reatores e prepararam meios alternativos de lançar água de resfriamento para o seu interior.

A comissão também julgou se foi apropriado para o primeiro-ministro na época do acidente, Naoto Kan, discutir com dirigentes da Tepco a possibilidade de lançar água do mar para o interior dos reatores com o objetivo de evitar que atingissem novamente o estado de criticalidade. O painel concluiu que o governo japonês não deveria ter intervindo na questão antes que a companhia de eletricidade tomasse uma decisão a respeito.