quarta-feira, 11 de julho de 2012

Considerações sobre a conferência de ministros das Finanças da UE

No Comentário de hoje, Masashi Nakamura, um economista do Instituto de Pesquisas Mizuho, nos fala sobre a conferência dos ministros das Finanças da União Europeia realizada na terça-feira. Durante o encontro, os ministros concordaram em trabalhar a respeito da medida emergencial de injeção de fundos em bancos espanhóis em dificuldades e acelerar a introdução de um sistema unificado de supervisão bancária.

Ele diz que a decisão a respeito das medidas emergenciais para a resgatar bancos da Espanha transmite o senso de crise da zona do euro. Os ministros aparentemente buscam aliviar a tensão a respeito do crédito, por meio da demonstração de uma posição de auxílio efetivo aos bancos espanhóis.

O mercado estava atento para ver se fundos de resgate da zona do euro seriam injetados em bancos com dificuldades diretamente, em vez de, antes, aumentar os empréstimos concedidos ao governo espanhol. A injeção direta evitaria um aumento da dívida do governo espanhol, o que é um ponto sobre o qual havia sido alcançada concordância durante uma cúpula da zona do euro realizada no mês passado, mas, que desta vez, ficou incerto.

No que se refere à criação de um sistema unificado de supervisão bancária na zona do euro, os ministros concordaram em trabalhar de forma mais rápida. No entanto, de acordo com o plano, a Comissão Europeia deve dar um impulso às discussões no começo de setembro, e, tendo isso como base, os ministros das Finanças europeus vão participar das discussões até o fim deste ano. O trabalho concreto relacionado ao delineamento do sistema virá depois disso. Assim, é provável que o real funcionamento do sistema comece apenas depois da metade do próximo ano. Por causa disso, incertezas relativas à zona do euro se espalham no mercado.

A zona do euro possui apenas uma moeda, mas é um grupo composto por 17 estados soberanos e não tem poder para tomar decisões sobre políticas vinculantes a todos os membros. Assim, o grupo inevitavelmente precisa de tempo para coordenar as visões de seus membros, e, mesmo depois de alcançado um acordo, o parlamento de cada país precisa deliberar sobre a aprovação de leis importantes.

Para o mercado, se a implementação leva de 6 a 12 meses mesmo depois de realizado o acordo, ela deve ser criticada por ser lenta demais. De acordo com o sistema atual, isso resulta em um ciclo vicioso que leva a ansiedades financeiras.

O economista conclui o Comentário dizendo que o maior problema da zona do euro é alcançar um bom equilíbrio entre medidas de estabilização financeira que precisam ser efetivadas rapidamente e a criação de novos sistemas, o que requer mais tempo, até mesmo alguns anos.

Este foi o Comentário.

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