quarta-feira, 30 de maio de 2012

Considerações sobre a expulsão de diplomatas sírios dos EUA e de países europeus

No Comentário de hoje, o professor-adjunto da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio Hiroyuki Aoyama nos fala sobre os antecedentes da expulsão de diplomatas sírios dos Estados Unidos e de países europeus.

Perguntamos ao professor como ele analisa a reação dos Estados Unidos e de países europeus ao massacre na Síria.

E ele diz que a imprensa ocidental tem noticiado bastante o massacre, relatando, primeiramente, que o exército do governo sírio havia atirado e matado civis. No entanto, posteriormente, o Alto Comissariado para Refugiados e monitores da ONU descobriram que mais vítimas foram esfaqueadas, degoladas ou decapitadas dentro de edifícios do que mortas por arma de fogo. Eles também informaram que aproximadamente 40 pessoas em cada um dos 2 vilarejos do distrito de Houla foram esfaqueadas até a morte. Além disso, a forma de matar demonstraria que os atos provavelmente foram perpetrados por homens treinados. O professor acredita que os relatórios deixam dúvida quanto à participação do exército no massacre.

Assim, a questão que se coloca é quem teria praticado tais crimes. Alguns acusam as milícias que dão apoio ao presidente Bashar al-Assad, ao passo que outros afirmam que grupos terroristas estrangeiros, como a Al Qaeda, estariam envolvidos. Como o local em que o massacre ocorreu é controlado por forças antigovernamentais, há ainda aqueles que dizem que um grupo de oposição seria o responsável.

Uma vez que o fato ocorrido não está claro, o professor acredita que o incidente está sendo usado politicamente de acordo com os interesses de cada nação.

Quanto às questões futuras relativas à estabilização da situação na Síria, o professor acredita que a mais difícil é como acabar com a violência praticada por cada um dos lados. No momento, confrontos esporádicos e de pequenas proporções acontecem em todo o país. Não seria possível para os 300 membros da equipe de monitoramento observarem a situação como um todo ou separar as tropas de cada um dos lados.

Além disso, as forças antigovernamentais na Síria estão recebendo apoio financeiro dos Estados Unidos e da França, além de outros países favoráveis a Washington, como a Arábia Saudita e o Qatar. Por outro lado, a Rússia está fornecendo vários suprimentos ao governo do presidente Assad. Como resultado, esses países estariam incentivando o aumento da violência.

O presidente russo, Vladimir Putin, e o francês, François Hollande, têm um encontro agendado para este fim de semana. O professor conclui dizendo acreditar que é bastante significativo que nações que dão apoio aos diferentes lados em confronto na Síria mantenham algum tipo de diálogo.

Este foi o comentário.

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