quarta-feira, 25 de julho de 2012

Análise sobre as condições atuais e futuras da economia japonesa

No Comentário de hoje, o economista Yasuo Yamamoto, do Instituto de Pesquisas Mizuho, nos fala sobre as condições atuais e futuras da economia japonesa, tendo como referência diferentes indicadores.

As estatísticas sobre comércio exterior dos seis primeiros meses deste ano, que foram divulgadas na quarta-feira, apontam o maior déficit já registrado pelo país. Perguntamos ao economista como ele analisa a tendência futura de equilíbrio do comércio japonês.

Ele diz que a principal causa do déficit seria o aumento do volume de importações de gás natural liquefeito, já que praticamente todas as usinas nucleares do Japão estão fora de operação, além de que o preço do petróleo encontra-se elevado.

No entanto, o custo do petróleo estaria começando a apresentar queda. Além disso, caso as operações de um grande número de usinas nucleares fossem retomadas, as importações de gás natural interromperiam a tendência de aumento. Assim, o economista diz acreditar que o déficit comercial poderia diminuir.

Quanto às exportações, ele diz que tem crescido as de automóveis, mas, na verdade, o aumento geral do volume exportado teria sido principalmente derivado da recuperação de estoques no exterior. Esses estoques haviam apresentado queda logo depois da ocorrência do terremoto de março de 2011 e das enchentes na Tailândia em outubro e novembro do mesmo ano. Os estoques no exterior apresentaram recuperação e, dessa maneira, as exportações de automóveis vão provavelmente apresentar menos vigor a partir de agora.

De uma forma geral, as exportações estão crescendo lentamente. Assim, mesmo que o déficit diminua, o equilíbro comercial ainda deve permanecer negativo por um tempo.

Quanto às condições domésticas, o relatório econômico mensal do governo japonês referente a julho, que foi divulgado na segunda-feira, demonstrou que a economia do país está em um processo de recuperação moderada. Isso se deve à demanda criada pelos esforços de reconstrução depois do desastre do ano passado. Perguntamos ao economista qual seria a direção que a economia japonesa deve provavelmente seguir no futuro.

Ele diz que as demandas relativas à reconstrução vão continuar. De acordo com ele, essa tendência econômica positiva deve ser mantida até o segundo trimestre do próximo ano. As obras públicas de reconstrução, como estradas e pontes, estão sendo feitas de forma sustentada. No entanto, as obras que envolvem acordos de direitos de propriedade, como a transferência de moradores para regiões mais altas, estão atrasadas. Assim, as necessidades de reconstrução devem estimular a economia de maneira apenas moderada.

De acordo com o economista, no momento, seria importante satisfazer as necessidades de reconstrução de maneira sustentada e recuperar os volumes de investimentos das empresas japonesas. Ele conclui dizendo que, para tanto, o governo deve deixar clara a sua futura política econômica.

Este foi o Comentário.

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