O governo japonês estima que cerca de 1,5 milhão de toneladas de
escombros, como as casas destruídas pelo tsunami que atingiu o Japão em
março do ano passado, tenham sido levados pelas águas e estejam à deriva
no Oceano Pacífico. Anteriormente neste mês, até uma doca flutuante foi
encontrada na costa do Estado do Oregon nos Estados Unidos.
No Comentário de hoje, falamos com Nikolai Maximenko, pesquisador do
Centro de Pesquisa Pacífico Internacional da Universidade do Havaí. Ele
faz estudos sobre a projeção do movimento dos destroços do tsunami no
Oceano Pacífico.
Perguntamos a ele como os destroços estão se espalhando pelo Oceano Pacífico.
O comentarista diz que durante os primeiros meses após o tsunami, os
destroços estavam se deslocando do Japão rumo ao leste, carregados pelas
correntes oceânicas e impulsionados pelos ventos e ondas.
Sob a influência do vento, os objetos mais leves, como pedaços de isopor
e boias de pesca se moviam rapidamente. E alguns destes já haviam
alcançado a costa oeste dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, objetos mais
pesados que estavam em águas mais profundas, como redes, madeira e
contêineres submersos ainda estariam nas cercanias do norte do Havaí, no
meio do Pacífico Norte.
Os destroços continuarão se deslocando para o leste, e no final deste
ano irão chegar à costa oeste americana. A influência dos destroços do
tsunami na costa oeste deverá continuar por ainda um ou dois anos.
Os destroços são empurrados pelo vento e estima-se que eles se
ramifiquem em direção ao norte e flutuem ao longo da costa do Alasca e
depois prossigam rumo à Rússia.
A porção sulina vai recircular em direção ao sul e vai ser levada pelos
ventos em direção ao Havaí, e ainda além rumo ao oeste, em direção à
Asia.
Estes destroços podem trazer problemas, eles podem conter substâncias
perigosas como gás, óleo ou plástico tóxico que estava armazenado em
contêineres nos portos. Remover estas substâncias é tremendamente caro.
Isto diz respeito tanto às regiões densamente povoadas como às mais
remotas. A costa do Alasca, em várias áreas é de difícil acesso,
portanto limpar estas áreas é uma tarefa que pode levar muitos anos.
Um outro problema são as espécies invasivas. Peixes tendem a seguir
objetos flutuantes. Por isso, uma quantidade extraordinária de destroços
do tsunami pode resultar na chegada de grandes montantes de espécies
asiáticas, num fenômeno sem precedentes.
Estes destroços são um problema internacional. E o problema deve ser
resolvido internacionalmente por meio de uma colaboração próxima entre
diferentes governos e cientistas.
Este foi o Comentário.
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