quinta-feira, 28 de junho de 2012

Destroços do tsunami japonês à deriva no Oceano Pacífico

O governo japonês estima que cerca de 1,5 milhão de toneladas de escombros, como as casas destruídas pelo tsunami que atingiu o Japão em março do ano passado, tenham sido levados pelas águas e estejam à deriva no Oceano Pacífico. Anteriormente neste mês, até uma doca flutuante foi encontrada na costa do Estado do Oregon nos Estados Unidos.

No Comentário de hoje, falamos com Nikolai Maximenko, pesquisador do Centro de Pesquisa Pacífico Internacional da Universidade do Havaí. Ele faz estudos sobre a projeção do movimento dos destroços do tsunami no Oceano Pacífico.

Perguntamos a ele como os destroços estão se espalhando pelo Oceano Pacífico.

O comentarista diz que durante os primeiros meses após o tsunami, os destroços estavam se deslocando do Japão rumo ao leste, carregados pelas correntes oceânicas e impulsionados pelos ventos e ondas.
Sob a influência do vento, os objetos mais leves, como pedaços de isopor e boias de pesca se moviam rapidamente. E alguns destes já haviam alcançado a costa oeste dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, objetos mais pesados que estavam em águas mais profundas, como redes, madeira e contêineres submersos ainda estariam nas cercanias do norte do Havaí, no meio do Pacífico Norte.

Os destroços continuarão se deslocando para o leste, e no final deste ano irão chegar à costa oeste americana. A influência dos destroços do tsunami na costa oeste deverá continuar por ainda um ou dois anos.

Os destroços são empurrados pelo vento e estima-se que eles se ramifiquem em direção ao norte e flutuem ao longo da costa do Alasca e depois prossigam rumo à Rússia.

A porção sulina vai recircular em direção ao sul e vai ser levada pelos ventos em direção ao Havaí, e ainda além rumo ao oeste, em direção à Asia.

Estes destroços podem trazer problemas, eles podem conter substâncias perigosas como gás, óleo ou plástico tóxico que estava armazenado em contêineres nos portos. Remover estas substâncias é tremendamente caro. Isto diz respeito tanto às regiões densamente povoadas como às mais remotas. A costa do Alasca, em várias áreas é de difícil acesso, portanto limpar estas áreas é uma tarefa que pode levar muitos anos.

Um outro problema são as espécies invasivas. Peixes tendem a seguir objetos flutuantes. Por isso, uma quantidade extraordinária de destroços do tsunami pode resultar na chegada de grandes montantes de espécies asiáticas, num fenômeno sem precedentes.

Estes destroços são um problema internacional. E o problema deve ser resolvido internacionalmente por meio de uma colaboração próxima entre diferentes governos e cientistas.

Este foi o Comentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário