No Comentário de hoje, Osamu Tanaka, o economista-chefe do Instituto de
Pesquisas Dai-ichi Life, nos fala sobre a crise de crédito na Europa e o
papel do Grupo dos 7.
O problema das instituições financeiras da Espanha parece ter sido o
principal assunto discutido pela teleconferência realizada pelo G7.
O economista diz que o problema de crédito de bancos na Espanha não
levou a um nervosismo com relação ao crédito em toda a Europa, mas
abalou os mercados financeiros. Se o problema levar a uma preocupação
com relação ao crédito por parte dos bancos, as transações entre os
bancos devem diminuir, afetando de forma inevitável a economia real da
Europa. Parece provável que o G-7 tenha considerado necessário realizar
discussões como uma forma de evitar que isso aconteça.
O maior banco espanhol, o Bankia, que está atribulado com um grande
número de dívidas irrecuperáveis, foi nacionalizado. Outros bancos no
país também possuem esse tipo de dívidas, e está claro que eles precisam
da injeção de dinheiro para aumentar as suas bases de capital. Como
levantar o dinheiro necessário é a questão que se coloca.
O governo espanhol deseja pedir a ajuda do Fundo de Estabilidade
Financeira da Europa, que é um fundo de resgate. No entanto, de acordo
com o sistema atual, o fundo de estabilidade não pode injetar dinheiro
nos bancos de forma direta. O dinheiro precisa ser emprestado aos
governos, que em seguida o repassam aos bancos. Assim, o empréstimo é
considerado uma dívida governamental, aumentando os déficits fiscais. O
empréstimo também pode elevar as taxas de juros dos títulos do governo e
aumentar as preocupações quanto ao crédito.
O governo espanhol deseja que o sistema seja modificado, de maneira que
os fundos possam ser injetados nos bancos de forma direta. No entanto,
uma modificação desse tipo deve tomar muito tempo. Assim, o economista
conclui dizendo acreditar que a situação da Espanha se tornaria
extremamente difícil.
Este foi o Comentário.
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