terça-feira, 19 de junho de 2012

A situação política após a eleição presidencial no Egito

No Comentário de hoje, a professora associada Emi Suzuki, da Organização de Estudos da Área Islâmica da Universidade Waseda, nos fala sobre os pontos cruciais após a eleição presidencial no Egito.

O Conselho Supremo das Forças Armadas, que governa provisóriamente o país, anunciou novas emendas à Constituição interina do Egito. Perguntamos qual o objetivo da medida.

A professora diz acreditar que os militares consideram que Mohamed Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana, que é um grupo oposicionista, conseguiu vencer o segundo turno eleitoral para a presidência do Egito. E os militares provavelmente anunciaram as emendas à Constituição visando amenizar o poder do presidente. Antes do segundo turno eleitoral, a Suprema Corte Constitucional ordenou a dissolução do Parlamento, provavelmente sob pressão dos militares. Acredita-se que os militares tomaram medidas estratégicas para dissolver o Parlamento, que é o ponto de apoio da Irmandade Muçulmana, e depois reduzir o poder presidencial.
Quanto à influência destas medidas no futuro da democratização do Egito, a professora diz que desde que o ex-presidente Hosni Mubarak saiu do poder, os militares continuamente tentam controlar o processo de democratização e eles podem querer intervir novamente no futuro.

O enfoque para o futuro é elaborar uma nova Constituição, e os militares declararam que continuariam envolvidos na política até que um novo Parlamento fosse inaugurado.

A estrutura dupla de poder, com o presidente e os militares mantendo direitos deverá continuar por algum tempo. Em outras palavras, muito provavelmente a política no Egito deverá se concentrar no confronto entre os militares e a Irmandade Muçulmana.

A ordem da Suprema Corte Constitucional, para que o Parlamento fosse dissolvido, e o anúncio feito pelos militares referente às emendas constitucionais, reduziram consideravelmente a influência da Irmandade Muçulmana e ela deverá iniciar esforços para recuperar o terreno perdido.

Este foi o Comentário.

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