O Irã e os 5 membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, além
da Alemanha, finalizaram, na terça-feira, discussões de dois dias sobre o
programa nuclear do país, realizadas em Moscou, sem alcançar nenhum
progresso. Esta foi a terceira rodada de negociações desde abril. No
Comentário de hoje, conversamos com a pesquisadora Sachi Sakanashi do
Instituto de Economia Energética, localizado no Japão, sobre as
conversações internacionais a respeito do programa nuclear iraniano.
Ela diz que a mais recente rodada de negociações não alcançou nenhum
progresso, mas ressalta que um ponto positivo foi que os participantes
concordaram em prosseguir com as negociações. Até então, havia uma
grande diferença entre a posição do Irã e aquela dos outros 6 países.
Assim, provavelmente os dois lados sabiam que as negociações não
produziriam resultados de forma fácil.
O governo do Irã acredita que a tecnologia nuclear é necessária para
administrar o país nas condições atuais já que existem muitos opositores
tanto dentro como fora. Assim, de acordo com a pesquisadora, o Irã
nunca vai concordar em interromper o seu programa nuclear, como é
requisitado pelas 6 potências.
Os 6 países somente podem contar com a resolução do Conselho de
Segurança da ONU que obriga o Irã a colocar um fim em todas as suas
atividades relacionadas com energia nuclear. Isso deixa esses países com
apenas a opção de repetir pedidos de que o Irã interrompa suas
atividades nucleares, incluindo o enriquecimento de urânio.
As 6 potências mundiais e o Irã concordaram em continuar com as
negociações, não porque esperam que as conversações produzam resultados
mas porque é importante para os dois lados que se mantenha uma estrutura
de negociações.
O Irã insiste que está desenvolvento tecnologia nuclear com propósitos
pacíficos e que o país tem o direito de fazê-lo, já que é um signatário
do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. As negociações com as 6
potências mundiais são a únicas oportunidade deixada para o Irã de
defender o seu direito. O país também participa das conversações
nucleares com o objetivo de tentar retirar algumas das sanções que lhe
foram impostas.
Israel mantém cautela quanto ao desenvolvimento nuclear do Irã. Se as 6
potências demonstrarem algum sinal de abandono das conversações, Israel
poderia levar a cabo um ataque militar unilateral contra o Irã.
A pesquisadora conclui dizendo que as 6 nações acreditam que precisam
mostrar sua vontade de conduzir uma nova rodada de negociações, numa
tentativa de fazer evitar que Israel lance um ataque militar contra o
Irã.
Este foi o Comentário.
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