Hoje entrevistamos Masayo Nakajima, comentarista político da NHK World, a
respeito dos bastidores do remanejamento do gabinete do premiê japonês
Yoshihiko Noda, e os desafios que aguardam este novo gabinete.
Perguntamos a ele por que o premiê recompôs seu gabinete neste momento.
O comentarista diz que a oposição estava colocando o premiê Noda contra a
parede. Sem ouvir a oposição, ele não poderia levar adiante seu mais
importante projeto de lei, o do aumento do imposto sobre o consumo. O
premiê já havia afirmado que colocaria em risco sua carreira política
para aprovar o projeto. O principal partido oposicionista, o Liberal
Democrático, deixou claro que não havia chance de cooperar com o premiê
se ele não substituísse os ministros censurados.
A crise da dívida europeia tomando proporções globais gera temores a
respeito do enorme déficit fiscal do Japão. Se Noda não puder aprovar o
projeto de lei, ele terá que renunciar ou convocar eleições gerais para
assumir a responsabilidade. Neste caso, o Japão, que teve um rodízio de
primeiros-ministros nos últimos anos, poderia ter o seu sétimo premiê em
6 anos.
Sobre o futuro do projeto e do premiê, o comentarista diz que a
aprovação do projeto de lei não vai ser fácil. O Partido Liberal
Democrático está exigindo a retirada das principais promessas de
campanha eleitoral do Partido Democrata, além da criação de um novo
programa de previdência que inclua um sistema de aposentadoria mínima.
Contudo o premiê não gosta de ser chamado de mentiroso.
Por outro lado, o premiê não tem outra escolha a não ser aceitar as
demandas da oposição se quiser aprovar o projeto de aumentar o imposto
sobre o consumo, isto porque a oposição controla a Câmara Alta do
Parlamento, e sem a ajuda da oposição, o governo não consegue aprovar
nenhum projeto de lei. O premiê Noda também enfrenta um grande número de
políticos dentro de seu próprio partido, que são contra o aumento
tributário. Portanto ainda não se pode dizer se o Japão conseguirá
resolver a questão do seu déficit fiscal ou mesmo quem estará liderando o
país no próximo ano.
Este foi o Comentário.
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