O Comentário de hoje enfoca a disputa territorial no Mar da China
Meridional. A tensão cresce entre a China e seus países vizinhos no
tocante aos direitos territoriais no mar. Na semana passada, os Estados
Unidos declararam que irão remanejar 60% das embarcações de sua Marinha
para a região da Ásia e do Pacífico. A decisão veio após um impasse
entre a China e as Filipinas no tocante aos direitos sobre o Banco de
Areia de Scarbgorough e é considerada como uma medida para controlar a
agressividade crescente da China.
O Vietnã também enfrenta tensões com a China no tocante aos direitos
sobre as ilhas Spratly e Paracel. Hoje, vamos ouvir o major-general Le
Van Cuong, ex-chefe do Instituto de Estratégia e Ciência do Ministério
da Segurança Pública do Vietnã, a respeito da questão.
O impasse sobre o Banco de Scarborough tem uma significância geográfica.
Para a China, as tensas negociações a respeito das águas em questão
serviram como um instrumento para avaliar até que ponto os Estados
Unidos se envolveriam nas questões do Mar da China Meridional. Parece
também que a China está testando as relações entre as Filipinas e os
Estados Unidos, além da união das nações da Asean no tocante às disputas
territoriais.
No ano passado, os Estados Unidos mudaram seu foco militar da região da
Europa e do Atlântico para a região da Ásia e do Pacífico. Aparentemente
esta estratégia não agradou a China.
A China aprendeu com o impasse de Scarborough até que ponto poderia ir
sem causar uma interferência dos Estados Unidos. Neste sentido, a China
atingiu seu objetivo, portanto a tensão com as Filipinas não deve
continuar.
A questão serviu como um teste não somente para a China mas também para
outras nações com disputas territoriais com Pequim. A China deu um
recado implícito de que se for capaz de efetivamente controlar o Banco
de Scarborough, ela poderá também obter o controle efetivo de outras
áreas disputadas no Mar da China Meridional. O Vietnã precisa lembrar
que a China pode agir da mesma forma na zona econômica exclusiva do
Vietnã.
Em termos econômicos, o Mar da China Meridional é um dos mais navegados
por embarcações internacionais. Cerca de 40% do petróleo e 30% das
mercadorias negociadas no mundo passam por este mar. Os problemas neste
mar não são uma questão relevante somente aos países da região. Não só o
Vietnã, mas também a comunidade internacional, espera que o Japão, como
membro das Nações Unidas e potência regional, cumpra seu papel para a
estabilidade do Mar da China Meridional e para a liberdade de navegação.
Este foi o Comentário.
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