terça-feira, 26 de junho de 2012

O imposto sobre consumo e o futuro da política do Japão

No Comentário de hoje, Masayo Nakajima, comentarista da NHK World, fala sobre o projeto de lei para aumentar a alíquota do imposto sobre o consumo e o futuro da situação política do Japão.

Perguntamos a ele por que o premiê japonês acha que precisa tomar esta medida neste momento.

O comentarista diz que o premiê Yoshihiko Noda é lembrado constantemente a respeito da dívida do país. O Japão tem enormes dívidas contabilizadas, mais do que qualquer outro país desenvolvido. Noda toma a Grécia como exemplo da necessidade de se arrumar as finanças do país.

As dívidas do Japão são mais do que o dobro do Produto Interno Bruto, e a proporção destas dívidas é maior do que a de qualquer outra nação industrializada. Além disso, a dívida pública líquida cresce a cada segundo. No entanto, o imposto sobre o consumo, comparado ao de outras nações desenvolvidas, é relativamente baixo. E, para completar, o Japão tem uma das maiores proporções de cidadãos com mais de 65 anos de idade do mundo. Os pagamentos da previdência social colocam um fardo cada vez maior sobre as finanças do país.

Quanto à questão do aumento do imposto mudar esta situação, o premiê do Japão almeja um aumento em duas etapas para que a alíquota chegue a 10%. Logicamente, os gastos do consumidor mudam a cada ano. Mesmo assim, sabe-se que elevar o imposto aumenta a arrecadação em bilhões de dólares.

O premiê sabe que esta não é uma medida que solucione completamente a saúde fiscal do país. Mas ele acredita ser um passo em direção ao equilíbrio orçamentário. E os economistas afirmam que ainda é possível aumentar o imposto para mais de 10%. Analistas do Fundo Monetário Internacional recomendaram que o Japão aumente o imposto sobre o consumo para pelo menos 15%.

O premiê japonês afirmou anteriormente que arriscaria sua carreira política nesta questão. Se ele vencer, será capaz de dizer que cumpriu a promessa feita à população. No entanto, mais de 50 parlamentares, ou seja, mais de 15% de seu próprio partido, o Democrata, dizem não apoiar este projeto de lei desta vez. Os democratas perderiam a maioria na Câmara Baixa se mais de 54 parlamentares deixassem o partido. Isto abriria a possibilidade de uma moção de não-confiança. Neste caso, o premiê seria forçado a dissolver a Câmara Baixa e convocar eleições gerais, ou então, teria que simplesmente apresentar sua renúncia.

Este foi o Comentário.

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