No Comentário de hoje, o professor Toru Nakakita, da Universidade Toyo,
vai falar sobre o que o Japão e a China esperam do início de câmbio
direto de suas moedas.
Perguntamos a ele o que significa o início deste novo sistema envolvendo o iene e o iuane.
Ele diz que esta é parte de uma resposta de autoridades financeiras de
ambos os países para atender à crescente demanda de mercados japonês e
chinês. Até agora, as moedas dos dois países eram negociadas utilizando o
dólar americano. Isso significa que as moedas eram vulneráveis à
influência dos preços no mercado de câmbio de Nova York. Por exemplo, se
houver um grande incidente em Nova York, como os ataques de 11 de
setembro de 2001, o sistema financeiro poderia parar. Segundo o
professor, o novo sistema de câmbio é um passo positivo em termos de
distribuição de risco.
Ele continua e diz que para o Japão, tanto o iene quanto o iuane podem
ser usados livremente em cada operação. Isso dá maior liberdade para
escolher qual das moedas utilizar. As empresas de pequeno e médio porte
costumavam ficar preocupadas com as flutuações das taxas de câmbio
envolvendo o iene e o dólar americano. Agora, as firmas podem ficar
livres destas preocupações.
Ainda, segundo o professor Nakakita, esta medida também é vantajosa para
o lado chinês porque, no momento, a China possui um grande superávit na
balança comercial e na conta corrente em dólar. A China quer
estabelecer uma estrutura monetária mais estável que possibilite ao país
se manter longe de preocupações sobre a taxa diária de câmbio, além de
diversificar sua reserva de moeda estrangeira.
Em relação ao impacto que o câmbio direto possa causar na estrutura
monetária internacional, o professor diz que, em termos de principais
moedas do mundo, o dólar americano não é tão confiável como antes,
devido à estagnação de sua economia. Os Estados Unidos estão até
planejando desvalorizar sua moeda. Da mesma maneira, o euro também é
bastante duvidoso.
O sistema de câmbio direto entre o iene e o iuane entrou em vigor sob
estas circunstâncias. O professor Nakakita acha que esta medida pode ser
interpretada como uma mensagem de que o dólar americano não é a única
moeda a ser usada nas negociações globais, e que há um bloco de moedas
na Ásia, incluindo o Japão e a China. Neste ponto, ele considera como um
aspecto positivo para todos em termos de distribuição de riscos.
Este foi o Comentário.
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